Cura Milagrosa [Felipe C.]

*Eu havia ouvido estes estranhos comentários a alguns dias atras em uma cidade próxima dali. Um simples pastor que curava tudo milagrosamente, havia vários charlatões espalhados pelo mundo, mas era bom poder ver isto de perto. Seguindo as informações de um senhor que eu havia encontrado antes, segui o caminho em que ele indicara. Após andar durante alguns minutos vejo um acampamento, devia ser ali que os 'milagres' aconteciam. Vejo uma senhora andando por entre as barracas, e me aproximo dela, a parando com um aceno de mão*

Felipe: Por favor senhora, você poderia me dizer exatamente qual é a barraca de um pastor que se diz milagroso?

*A senhora te olha feio*

Senhora: Se diz não, é milagroso rapaz! *seu rosto se suaviza e ela responde a pergunta* É a maior, bem no centro do acampamento. As curas são realizadas em horários, onde há um culto. O próximo é em meia hora.

*ela vira as costas e continua indo aonde ia*

*Observo ela virar as costas e ir embora, pelo jeito o 'milagroso' era organizado, havia horários pelo que a senhora havia dito. Vou caminhando por entre as barracas, observando de vez em quando algumas pessoas que me olhavam curiosas. Vejo uma barraca maior que as outras, e pelo jeito deveria ser ela. Haveria um culto dali a meia hora, mas eu não poderia ficar esperando enquanto algo suspeito possivelmente enganava todos. Caminho em direção a barraca, e cuidadosamente entro...*

*A barraca era bem simples, com cadeiras de plástico e um altar não muito alto, com algumas cruzes em cima de uma mesa, e um microfone*

*Observo tudo, parecia igual aos mesmos casos que passavam pela TV, seria tudo armação ou realmente verdade? Subo no palco, e observo as cruzes. No momento não havia nada de interessante para eu investigar ali, e após observar o meu relógio de pulso resolvo esperar o horário do culto, me sentando em uma das cadeiras de plástico, sempre com a mão em meu revólver pronto para saca-lo*

*quando dá a hora, as pessoas começam a aparecer e a encher a barraca. A maioria tinha um aspecto doente.*
*Um homem de aparentemente 45 anos, cabelos começando a ficarem grisalhos e jeito simpático entra, indo até o altar e começando o culto*
*em certo ponto do culto, ele aponta e chama uma mulher no fundo da platéia, que se aproxima com ajuda de um homem de aparente mesma idade, e ambos sobem ao altar. O pastor puxa uma corrente de oração e coloca sua mão em cima da cabeça da mulher, delicadamente. Ela parece perder o foco da visão por um tempo, e depois parece estar tonta.*
*No final da oração, o pastor pede para que ela se levante, e ela, hesitante, consegue. A barraca explode em aplausos*

*Observo tudo aquilo com atenção. Depois daquela mulher, mais sete pessoas foram atendidas, e todas curadas; Após dois minutos de aplausos, todos começaram a sair. Me escondi por entre o tumulto, e observei o senhor sair da barraca e ir caminhando em uma direção diferente de todos. O fui seguindo, após cinco minutos de caminhada observo uma pequena cabana cercada por árvores, e algumas ovelhas pastavam ao longe. Observo ele entrar na cabana, fechar a porta, e tudo silenciar. Saco meu revólver, e cauteloso me aproximo da porta e a abro...*

*você é surpreendido quando encontra apenas o homem e sua esposa conversando ao redor de uma mesa, aonde ela servia uma refeição. Eles te olham pasmos e amendrontados pela arma.*

*Olho para eles meio surpreso, enquanto ambos continuavam a olhar para mim pasmos. Guardo o revólver rapidamente, e não me movimento*

Felipe: Olhem, me desculpe por entrar assim, eu só gostaria de conversar com o senhor.

*Olho para o pastor, que continuava assustado*

Pastor: Péssima maneira de começar uma conversa, rapaz! *o pastor relaxa um pouco* Acalme-se, sente-se, e vamos conversar.

*Me aproximo da mesa, e sento-me, olhando para ele. Ficamos em silêncio, todos nos estreolhando, e resolvo começar*

Felipe: Eu gostaria de saber como o senhor consegue aquelas coisas, sem essa de 'simplesmente consigo', quero detalhes, histórias... É muito importante que o senhor fale isto para mim.

Pastor: Sempre curiosos...

*ele se ajeita na cadeira e te encara*

Pastor: Tudo começou quando eu tinha 35 anos e eu quase morri em um acidente de carro. Isso custou um pouco da minha audição. Bem, sobrevivi e tudo, e então minha sobrinha ficou doente em um hospital. Quando fui visitá-la, orei para que ela sobrevivesse e toquei em sua testa. Bem, instantaneamente ela se curou. E foi isso.

*Escuto a história atentamente, quando ele termina fico perdido em meus pensamentos. Aquilo? Não havia uma pista, um caso curioso...*

Felipe: Bem, se esta é a história... Eu gostaria de revistar a casa do senhor.

*Sem antes dele responder me levanto, e subo os degraus para o 2º andar, onde vejo um pequeno corredor. Vou andando por ele, até ver uma porta em seu fim. A abro e entro...*

*não havia nada no quarto, e o Pastor te segura e te empurra no chão*

Pastor: Olha aqui garoto, saia daqui antes que eu chame a polícia!

*ele te empurra para fora da casa, e você percebe que há um porão*

*Observo a agressividade do homem, e o vejo fechar a porta com força. Olho para o lado, e vejo uma pequena entrada de madeira, provavelmente para uma entrada no subsolo. Saco meu revólver, e abro a pequena porta no solo, e vejo uma escada. Respiro fundo, e vou descendo apontando o revólver sempre em frente. Estava escuro, e quase nada era visível, sinto que eu havia pisado em algo duro, a descida havia terminado e eu estava em solo liso novamente...*

*as luzes se acendem de repente e você encontra a esposa do Pastor, com um pedaço de madeira na mão*

Esposa: Saia daqui agora!

*ela te expulsa do lugar*

OFF: Nossa G, tá phod's em?! Dá um tiro na cabeça desses dois ai. kkk'

ON:

*Ela me empurra para fora do porão, ameaçando me bater com a madeira. Aponto meu revólver para ela*

Felipe: Senhora, é melhor não mover um músculo!

*A mulher se assusta e larga a madeira. Só que no momento passavam pessoas, e elas começaram a gritar, chamando muita atenção*

*Vejo algumas pessoas pararem e olhares, observo ela não parar de gritar, e saio correndo por trás da casa, me escondendo atras de algumas árvores. Me sento, e respiro fundo. Aquilo talvez realmente era um milagre, não havia pistas, não havia nada... Por entre o matagal, vou caminhando, e observo o acampamento. Vou em direção a ele de novo, será que a barraca seria a melhor solução? Entro no acampamento, vou caminhando, e observo a grande barraca novamente...*

*você percebe que ao lado do altar tem uma pequena mesa com uma cruz pequena e diferente. Em cima, ao invés da madeira reta, é um círculo com outra cruz dentro*

*Me aproximo observando, eu nunca tinha visto aquilo, poderia ser apenas um pequeno e inútil sinal. Olho bem para as cruzes, e coloco minhas mão sobre elas, e no exato momento ouço um barulho e olho para a entrada da barraca...*

*Eram as pessoas entrando para mais um culto. Logo o pastor e a esposa entrariam também*

*Algumas pessoas olham para mim e apontam*

Felipe: Estou aqui a pedido do pastor!...

*Tiro a cruz e desço do palco, e saio da barraca...*

*todos desconfiam da sua atitude, mas ninguém te impede. Por sorte, nem o Pastor nem a Esposa te vêem com a cruz*
*durante aquele culto, ninguém foi curado*